Conheça a acupunturiatria

A acupunturiatria é a especialidade médica que mais cresce no Brasil. Ao todo, mais de 10 mil médicos das mais variadas especialidades: neurologia, ortopedia, reumatologia, clínica médica, entre outras, seduzidos pela sua grande eficácia clínica resolveram adotá-la como sua nova especialidade, somados aqueles que a adotam como especialidade única ou principal. Prestando enorme serviço ao SUS há mais de três décadas, inserida no ensino e pesquisa de inúmeras universidades, presente com terapia de destaque na grande maioria dos serviços de dor do mundo, fazendo parte de programas de residência médica em um bom número de importantes instituições oficiais, a acupunturiatria se configura hoje, em um dos ramos de atuação médica de maior credibilidade e respeitabilidade do nosso país.

1.DEFINIÇÃO:

Conjunto de MEDIDAS E TÉCNICAS que visam assegurar a MANUTENÇÃO DA QUALIDADE e a SEGURANÇA dos produtos médicos, dos serviços prestados e dos pacientes em serviços de saúde especializados em Acupuntura com a finalidade de:

i. ESTABELECER DIRETRIZES DE QUALIDADE para a Prestação de Serviço Acupunturiátrico;
ii. PREVENIR, CONTROLAR, MINIMIZAR OU ELIMINAR RISCOS E DANOS aos usuários e aos profissionais envolvidos;
iii. PROMOVER O USO RACIONAL da especialidade e dos produtos médicos a ela correlacionados;
iv. PROMOVER A SAÚDE OCUPACIONAL
v. PROTEGER A SAÚDE e PROMOVER A QUALIDADE DE VIDA do paciente
vi. PROMOVER E FORTALECER a defesa profissional.

Diante dessa “curiosidade”, respeitáveis institutos de pesquisa de todo o mundo se debruçaram a estudar os seus mecanismos de ação e sua área de atuação. Só nos últimos vinte anos foram publicados mais de sete mil trabalhos relacionados à acupuntura em revistas indexadas e de alta qualidade. Neste contexto, o Brasil é o décimo segundo pais que mais publica pesquisas com o tema Acupuntura no mundo e é o único país da América Latina que está na lista dos 20 países que tem maior produção nesta área.

Especificamente sobre os mecanismos de ação da acupuntura, existe, hoje uma vasta literatura relacionando estudos dos últimos 40 anos, pelo menos. Graças a essas pesquisas realizadas tanto na China como no Ocidente, os efeitos da Acupuntura vêm sendo desvendados. Seu mecanismo de ação tem sido demonstrado à luz da ciência atual, tendo bases fisiológicas. A inserção da agulha de Acupuntura estimula terminações nervosas existentes na pele e nos tecidos subjacentes, principalmente nos músculos. A “mensagem” gerada por esses estímulos segue por fibras nervosas periféricas até o sistema nervoso central (medula e cérebro). Aí, deflagra a liberação de diversas substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, desencadeando uma série de efeitos importantes, tais como, analgésico, anti-inflamatório e relaxante muscular, além de uma ação moduladora sobre as emoções, os sistemas endócrino e imunológico e sobre várias outras funções orgânicas.

Existem, hoje, 44 revisões sistemáticas da Cochrane Collaboration sobre a acupuntura. Várias mostram a existência de significativas evidências sobre o seu efeito: profilaxia da enxaqueca, dor lombar crônica, dor pélvica, náuseas e vômitos; outras pontuam evidências moderadas e algumas poucas caracterizaram efeitos menores da sua ação em determinadas situações clínicas. No entanto, nenhuma concluiu que a acupuntura é ineficaz. Esses resultados se mostram ainda mais significativos se levarmos em consideração a enorme abrangência desses estudos relacionados a acupuntura: neurologia, psiquiatria, dor, ginecologia, gastroenterologia, entre tantos outros.

Existem outros importantes instrumentos de avaliação de evidências de estudos científicos. Um deles é a escala de avaliação de evidências de Oxford. De acordo com ela as evidências e os dados de pesquisas científicas são classificados em níveis. Está escala varia desde o nível 5 (baixo nível de evidência) até o nível 1 (alto nível de evidência). Com base nessa classificação, a eficácia da acupuntura para tratar condições como náuseas e vômitos, enxaqueca, cefaleia do tipo tensional, dor lombar crônica, osteoartrose (do quadril e joelho) e cervicalgia, já têm nível de evidência 1.

Estudos, pesquisas, revisões, evidências, tudo isso é muito importante, faz parte do modelo ortodoxo atual, mas estamos falando de algo, de tão grande importância, de tantos e tão importantes resultados, que passados 3.000 anos, estamos nós médicos, jornalistas, pesquisadores, buscando decifrá-la em sua intimidade, tentando entender os melindres da sua eficácia e a beleza dos seus mecanismos.