COVID-19, ou Coronavirus disease 2019, é uma doença viral que atinge as vias respiratórias. Um estudo publicado no Jama Network, em 7 de fevereiro 2019, cita que em dezembro de 2019 um grupo de doenças respiratórias agudas, conhecidas agora como pneumonia por infecção por coronavírus, ocorreu em Wuhan, província (estado) de Hubei, China. A doença rapidamente se espalhou de Wuhan para outras áreas. No dia 20 de janeiro um total de 9.692 casos foram confirmados na China, o que demonstrou seu alto grau de contágio. Desde então a doença foi diagnosticada em praticamente todos o países nos cinco continentes.
Os sintomas mais comuns incluem febre, fadiga e tosse seca, que podem se assemelhar aos sintomas gripais e que se resolvem espontaneamente, com repouso e medicamentos sintomáticos para febre. Uma porcentagem desses pacientes, que tem variado conforme a faixa etária e presença de comorbidades (outras doenças), tem evoluído para pneumonia, em que a sensação de dispnéia (falta de ar) é o sintoma mais marcante. A sensação de dispnéia (dificuldade para respirar) é o momento em que os pacientes necessitam cuidados médicos mais específicos e internação hospitalar.
Desses pacientes, uma parcela significativa responde aos cuidados respiratórios em poucos dias e pode receber alta hospitalar, continuando o tratamento em casa. Geralmente os pacientes com menos de 60 anos e previamente saudáveis se enquadram nessa situação.
Pacientes com mais de 60 anos, com as defesas naturais mais debilitadas, ou pacientes que apresentam outras doenças crônicas que comprometem o sistema imune podem evoluir para uma síndrome respiratória mais séria, com comprometimento mais acentuado dos pulmões, geralmente acompanhadas de arritmias cardíacas, com níveis variados de gravidade. Esses pacientes vão precisar de cuidados mais intensos, dispensados nas unidades de terapia intensiva, pelo alto risco de morte.
Na média estatística dos casos infectados pelo coronavírus até agora, em todas as faixas etárias, 85% dos pacientes apresentam sintomas ditos leves e 15% evoluem para pneumonia. Desses 15%, 5% vão evoluir para comprometimento pulmonar e cardíaco mais grave e necessitar cuidados mais prolongados de UTI.
O período médio de incubação da doença, ou seja do contato com o vírus até o aparecimento dos primeiros sintomas, tem variado de 5 a 14 dias, sendo a febre o primeiro sintoma. Por conta da dificuldade respiratória causada pela pneumonia, que geralmente aparece no quinto dia do início dos sintomas, os respiradores artificiais se tornaram o ponto crítico do tratamento, bem como a quantidade de leitos em unidades de terapia intensiva tanto no sistema público como privado.
Entendendo que quanto menor for o contato interpessoal, menor a chance de contaminação. O atendimento médico é um serviço essencial, porém as estatísticas têm demonstrado que os médicos, bem como outros profissionais da saúde, têm maior facilidade – pela proximidade do contato interpessoal inerente à profissão – a ser contaminado e assim disseminar o vírus para outros pacientes.
Com vistas a minimizar esse risco as entidades médicas recomendaram a suspensão das consultas e procedimentos médicos eletivos, liberando os atendimentos não presenciais via internet.
O Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, CMBA, seguindo essa orientação, recomendou aos médicos acupunturiatras a suspensão dos atendimentos para os pacientes que não estejam apresentando quadro agudo de dor, minimizando, com isso o deslocamento dos pacientes e contato com possíveis transmissores da doença.
Fica a critério dos médicos acupunturiatras a indicação e realização do tratamento por acupuntura em casos agudos, salvaguardadas todas as atenções de segurança para essa realização, tanto ambientais como pessoais.
Até o momento, não existe qualquer tratamento medicamentoso para reduzir a quantidade de vírus no organismo. O tratamento é puramente sintomático, como medicamento para a febre e a sensação de fadiga e dor no corpo decorrente da infecção e, nos casos mais graves, auxilio respiratório mecânico. Experimentos estão sendo feitos com alguns antivirais usados em outras doenças virais e com a cloroquina. Esses experimentos são controlados em ambiente hospitalar e em pacientes mais graves. Os experimentos que estão sendo realizados vão determinar se existe ou não eficácia do fármaco estudado; se for eficaz qual a dose adequada. Vão ser avaliados também .s seus efeitos adversos, determinando a relação risco/beneficio.
O único método de se evitar a doença é minimizar o risco de contágio com as medidas básicas de higiene:
– Lavar as mãos de modo adequado com água e sabão todas vez que tiver contato, principalmente, com objetos de metal ou plástico manuseados por várias pessoas. Na falta da água e sabão a higienização das mãos com álcool a 70% ou com álcool-gel a 70% também é eficaz.
– Ao chegar em casa, os sapatos e o vestuário usados na rua podem conter o vírus, portanto é recomendável que os sapatos sejam retirados antes de entrar em casa e deixados em ambiente ventilado e longe do contato de outras pessoas. As roupas mais expostas ao contato devem ser postas para lavar ou, no caso de casacos ou agasalhos, ficarem por mais de 24 horas sem nova utilização em ambiente arejado.
– Os espaços domésticos devem sempre ser limpos e arejados; para os que moram em casa ou apartamentos com área comum, a exposição ao sol por 15 minutos entre 11 e 17 horas é bem recomendado.
– As aglomerações devem ser evitadas ao máximo; estudos têm demonstrado que uma pessoa infectada pelo coronavírus 2019 transmitirá para outras 2,5 pessoas em média – com vírus da gripe H1N1, uma pessoa infectada infecta 1,1 em média, ou seja a taxa de transmissão do novo coronavírus é mais que o dobro da gripe por H1N1. A distância recomendada entre duas pessoas é de 2 (dois) metros.
A Diretoria de Proteção ao Paciente do CMBA, por meio de seu canal de comunicação (contato@cmba.org.br), está disponível para dirimir dúvidas de seus associados e do público em geral.
Com a consciência e colaboração de todos venceremos essa luta contra o COVID-19.
Dr. Luiz Sampaio,
Diretor de Proteção ao Paciente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura – CMBA
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