Entrevista: Melania Sidorak

Entrevista com Melania Sidorak, médica acupunturista, Coordenadora da Câmara Técnica de Acupuntura do CREMERJ, autora do livro “Porque Acupuntura”.


Dra. Melania, você publicou um livro “Porque Acupuntura”, então te pergunto agora, porque acupuntura?

Ainda na década de 70, estudante de medicina na UFSC desperto por pura curiosidade acadêmica, ao universo que se abria para a busca de novos horizontes no conhecimento, encontro casualmente uma literatura sobre acupuntura, segui com entusiasmo, tentando entender a veracidade do que lia sobre a tal terapêutica. E neste caminho encontrei várias literaturas tanto ditas cientificas como outras exóticas. Na prática empírica foram se apresentando resultados espetaculares… então segui.

Neste período encontrei Dr. Romulo Coutinho de Azevedo medico que iniciava sua prática profissional como acupunturista, fizemos então uma parceria de estudos a qual logo se agregou o Dr. Norton Moritz Carneiro. Eu estudante ainda, consegui um  espaço físico nas dependências da universidade, com apoio do Reitor, onde nos reuníamos em estudos ja sob a forma de curso informativo. Essa etapa foi la pelos anos 1974/1975.

Pelo menos uma vez por ano íamos a eventos de Acupuntura na Argentina, que já contava com congressos médicos de acupuntura, com uma Sociedade j[a organizada inclusive com publicações de revista, o que se mantem ate hoje.

Em 1976 apresentamos trabalho intitulado  Acupuntura Medicina Psicossomatica no ECEM-Encontro Nacional de Estudantes de Medicina em Maceio-AL. Foi um tremendo abalo, sucesso total, atingiu um público de estudantes ávidos como todos eramos por novos conhecimentos naquela etapa de nossas vidas. Em decorrência deste trabalho, a UFSC recebeu o direito de sediar o próximo ECEM em 1977, onde fizemos um curso de Acupuntura pre-Encontro. Pode se dizer que estes eventos tenham sido como o nascimento do estudo de Acupuntura no meio acadêmico como uma terapêutica médica a ser validada, respeitada e praticada.

Certo que em outros locais existiam movimentos em relação à acupuntura, entretanto sua inauguração,  digamos assim, no meio acadêmico em ampla escala deu-se nestes tempos e eventos.

Mantive minhas atividades acadêmicas ate o termino da graduação em Medicina em 1980, na UFSC, praticando acupuntura sob supervisão do Professor Moacir Viggiano, abordando pacientes pediátricos complexos.


Como se deu sua vinda para o  Rio de Janeiro?

Vim como professora convidada para um Curso de Acupuntura no Instituto Hanemaniano


Como se deu a fundação das  sociedades medicas de acupuntura no Brasil e na America Latina?

Fui sócia fundadora da Sociedade Medica Brasileira de Acupuntura em 1984, tendo sido Presidente da SOMA RJ nas duas primeiras gestões. Participei na fundacao da FILASMA da qual fui vice-presidente, o presidente na época foi o Dr. Joao Elias Cabreira, contávamos também na Diretoria com o Dr. Silvio Harres que todos conheceram, ambos do Rio Grande do Sul.

Seguiram-se muitas atividades ate os dias de hoje com colegas ainda na ativa, outros que já não se encontram conosco mas deixaram seu legado valoroso.

Participei em todas as etapas da trajetória da Acupuntura como especialidade medica, reuniões no CFM e na AMB, na ordenação de acoes para a especialidade medica, enfim, diversas formas de atuação desde os primórdios, na estruturação da Acupuntura Medica no Brasil.


Paralelamente você atuava no INCA e na UFRJ

Sim, no final dos anos 80, percebendo a necessidade de ampliar o conhecimento e colocar a prática médica da acupuntura em ambiente inconteste do saber medico, iniciamos um trabalho no Hospital de Oncologia do Rio de Janeiro, trabalho este realizado em ambulatório para atendimento de pacientes FTP, sigla na época usada para classificar aqueles pacientes que por algum motivo eram considerados fora de possibilidade terapêutica oncológica, onde tivemos a oportunidade de demonstrar de forma inequívoca o poder terapêutico  da acupuntura, em ambiente ético e de qualificação profissional primorosa.

Neste período e local, iniciou-se a estruturação e também o pioneirismo da medicina paliativa em oncologia, grupo do qual fazemos parte. Ocorreu também nesta época,  talvez uma das primeiras publicações de acupuntura em revista científica brasileira indexada, Revista de Oncologia do INCA, Ação da Acupuntura em Pacientes Oncológicos, de minha autoria.

Posteriormente, iniciei também na forma de trabalho voluntario, atendimento ambulatorial no Hospital Escola Sao Francisco de Assis da UFRJ. Por la permaneci por 15 anos, atendendo e orientando médicos acupuntores que por la se voluntariavam também, dentre eles a Dra. Tiana Machado e outros que fizeram-se presentes acompanhando esta experiência tanto como observadores como também participando no trabalho de atendimento Esse trabalho aumentou em muito a visibilidade da acao medica da acupuntura, atendiamos principalmente  casos de alta complexidade medica, encaminhados por outros médicos da instituição UFRJ. Em algum momento, médicos chineses por la estiveram e apreciaram fortemente nossos resultados.


E você continua atuando nas Sociedades medicas de Acupuntura?

Sim, sempre. Desde SMBA, SOMA-RJ, ate hoje CMBA, em vários cargos, prestando os devidos serviços a nossa comunidade medica e de especialidade. Atualmente, tal colaboração ao CMBA da-se pelo trabalho no grupo do TEAC, juntamente com os valorosos e experientes colegas que compõe tal Comissao.

Ha alguns anos coordeno a Câmara Técnica de Acupuntura do CREMERJ, onde desenvolvemos atividades inerentes a própria Câmara, com foco especial na Educação medica continuada na forma de Fóruns,  Seminários e Defesa Profissional, contando sempre com a valorosa e dedicada colaboração dos colegas que a compõem. Os Eventos de educação medica continuada e defesa profissional tem tido papel significativo na valorização e respeitabilidade da Acupuntura Medica, tanto no meio médico convencional como para a população como um todo.


Tive a oportunidade de assistir excelentes aulas por você ministrada, atualmente, por que não ensina?

E uma situação circunstancial, a qualquer momento deverei retomar esta atividade a qual na pratica não parou, pois a cada palestra, congresso etc, ela se faz presente


E livros, teve o Porque Acupuntura, pretende publicar algum outro?

Desde o livro básico em 1984, fiquei de fazer novas e acrescidas edições, entretanto, afazeres, velocidade da vida, ainda não permitiram… farei, em algum tempo devido


Sobre a acao de não médicos na acupuntura?

Esta e uma situação que infelizmente ocorre em toas as aras da medicina e de outras profissões, cujas causas são múltiplas, desse econômicas e ate ideológicas, não valorizando e qualificando a vida da população. 

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