Quem conhece a história, tem visão mais ampla e entende melhor o contexto em que se está inserido. Temos neste ano de 2022 a oportunidade ímpar de termos um Congresso da nossa especialidade num Campus de uma Universidade. Não deixe de ler esta matéria e conhecer melhor a “nossa anfitriã“ !!!
O contexto de criação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, denominação inicial da Universidade Federal Fluminense, remonta aos efervescentes e tumultuados anos de 1950, ainda que a data oficial de sua fundação seja 18 de dezembro de 1960, quando foi aprovada a lei 3.848, de autoria do Deputado Federal João Batista de Vasconcellos Torres.
De um lado, o país mergulhado em uma experiência democrática, sem igual no século XX, ancorada na reorganização partidária e na multiplicação de movimentos da sociedade civil, como nas transformações implementadas pelo plano de metas de Juscelino Kubitschek. De outro, o antigo Estado do Rio de Janeiro, na sua histórica luta para superar os desníveis econômicos e sobreviver à hegemonia política da capital federal.
No que se refere à realidade local, a fundação da Universidade Federal Fluminense, obedeceu a outros propósitos, expressando o duplo desejo da sociedade local. Em primeiro lugar, alavancar seu desenvolvimento econômico, ainda marcado pela agricultura decadente. Em segundo, elevar sua auto-estima em relação à vizinha capital federal, procedendo à intensificação dos padrões urbanos, o que também lhe possibilitava abrigar os anseios dos setores médios, ao formar entre outros, engenheiros, médicos, dentistas, advogados.
Há ainda que se considerar que na década de cinqüenta, especialmente a partir da construção de Brasília, no planalto Central, o preceito constitucional da transferência da capital federal, do RJ para o interior do país se efetivou, transformando o destino da cidade do Rio de Janeiro e do Estado do Rio em um problema iminente a ser a resolvido.
Diante dessas expectativas, a sociedade fluminense se mobilizou para obter do governo federal sua universidade. Pode-se afirmar mesmo que a UFERJ, foi conquistada pela opinião pública local, sobretudo pelos estudantes fluminenses, em praça pública. O governador Roberto Silveira, o Jornal O Fluminense e outras expressivas lideranças locais como o então deputado Vasconcelos Torres, desempenharam importante papel.
A criação da UFERJ se deu, portanto, imbuída de um projeto de desenvolvimento para a região fluminense, que traduzia por sua vez o desejo de afirmação do Estado do Rio de Janeiro em relação ao antigo Distrito Federal.
Na ocasião, a universidade nascente se beneficiou da federalização e/ou incorporação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; da Faculdade de Ciências Econômicas; da Faculdade Fluminense de Engenharia; da Faculdade de Odontologia; Faculdade Fluminense de Medicina, de Farmácia e de Direito; da Escola de Serviço Social e da Escola de Enfermagem. Entre 1960-1968, a UFERJ, posteriormente UFF (lei 4831 de 1965) vivenciou um atribulado processo de institucionalização, que refletiu de certa forma a radicalização política que tomou conta do país.
Assim, a Universidade Federal Fluminense foi criada em 1960 com o nome de Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFERJ). Originou-se da incorporação das Escolas Federais de Farmácia, Odontologia e Direito (1912), Medicina (1926) e Medicina Veterinária (1936); agregou outras cinco, das quais três eram estaduais, a saber: Enfermagem (1944), Serviço Social (1945), Engenharia (1952), e outras duas, particulares, Ciências Econômicas (1942) e Filosofia (1947). Após serem federalizadas e incorporadas, essa união passou a ser denominada Universidade Federal Fluminense.
O prédio da Reitoria situa-se na cidade de Niterói, onde existem três campi: Valonguinho, Gragoatá – sede do nosso Congresso e Praia Vermelha.
No Campus do Gragoatá funcionam os cursos das áreas de ciências humanas e de estudos sociais aplicados – História, Ciências Sociais, Psicologia, Educação, Letras e Serviço Social. Nele também se encontra a Biblioteca Central e a Prefeitura do Campus. |
A instalação do Campus do Gragoatá no histórico bairro de São Domingos, um dos mais antigos e preservados da cidade, no início dos anos 90, contribuiu para a mudança do perfil da região – de estritamente residencial transformou-se em ponto de encontro com a proliferação de bares, restaurantes, livrarias e com os espaços culturais da antiga Estação das Barcas com o projeto Estação Cantareira e a Concha Acústica de Niterói, para realização de shows, etc. Também existe o Museu Petrobrás do Cinema Brasileiro, obra de Oscar Niemayer que faz parte do Caminho Cultural Oscar Niemayer, obra ao longo da orla da cidade. Hoje a UFF possui unidades acadêmicas em Niterói e em oito municípios do interior do Estado do Rio de Janeiro. Hoje, a UFF é constituída por 42 Unidades de Ensino, sendo 25 Institutos, 10 Faculdades, 6 Escolas e 1 Colégio de Aplicação. A UFF tem ainda 29 bibliotecas, 580 laboratórios, 21 auditórios, o Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), a farmácia universitária, um Hospital Veterinário Professor Firmino Marsico Filho (HUVET) e o Colégio de Aplicação (Colégio Universitário Geraldo Reis). Contamos ainda com um núcleo experimental em Iguaba Grande, uma fazenda escola em Cachoeiras de Macacu e uma unidade avançada em Oriximiná, no estado do Pará. Além de uma editora e 4 livrarias, na área cultural a UFF possui um Centro de Artes, composto por cinema, teatro, galeria de arte e espaço de fotografia. Na área da música, contamos com uma orquestra, um conjunto de música antiga, um coral e um quarteto de cordas. |
A missão da UFF hoje é a de promover, de forma integrada, a produção e difusão do conhecimento científico, tecnológico, artístico e cultural, e a formação de um cidadão imbuído de valores éticos que, com competência técnica, contribua para o desenvolvimento autossustentado do Brasil, com responsabilidade social e norteada pelos valores de Ética, Integridade, Transparência, Equidade, Excelência Institucional e Responsabilidade Social.
A Diretoria do CMBA tem a convicção de que a participação de todos neste XXI Congresso Internacional de Acupuntura do CMBA e IV Congresso de Dor do CMBA será uma experiência muito enriquecedora, tanto de forma individual, quanto para a especialidade em si.
Dra. Adriana Sabbatini.
Vice-presidente do CMBA 2021-2023.
Fonte: https://www.uff.br