Gostaríamos de esclarecer algumas informações erroneamente citadas no artigo “O SUS contra a ciência”, publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 17 de julho de 2018, de autoria de Natalia Pasternak Taschner e Alicia Kowaltovski. Não podemos deixar de nos posicionar e elucidar a população em relação à forma superficial e equivocada com que a Acupunturiatria foi tratada, quando as autoras confundiram esta especialidade médica com outras ditas “Práticas Integrativas e Complementares” – PICs.
As comprovações de credibilidade científica e alta resolutibilidade terapêutica das intervenções por acupuntura são abundantes na literatura mundial; como em todas as outras especialidades médicas, há trabalhos em todos os níveis de “evidências” e de variada qualidade. Infelizmente, as autoras, completamente desconhecedoras deste campo do conhecimento e de suas peculiaridades, confundiram discursos e premissas ingênuas propaladas por praticantes e curiosos leigos em medicina com as pesquisas sérias, bem planejadas e executadas adequadamente tanto em modelo animal (aprofundando detalhes do mecanismo de ação) quanto em cenários clínicos, sempre baseadas em premissas de intervenção em redes neurais e miofasciais, com impactos metabólicos e comprovações de ação na expressão gênica – e não em abstrações vagas de “energia” – publicadas inclusive nas revistas científicas mais prestigiosas e de maior impacto.
Quanto à colocação de que “O silêncio e a omissão da comunidade científica poderá ceifar vidas”, isso jamais poderá se aplicar ao exercício da Acupunturiatria, especialidade médica bem alicerçada no SUS há trinta anos; a ignorância científica e a imprudência nas palavras é que podem prejudicar vidas, obscurecendo e limitando o acesso do paciente à assistência acupunturiátrica e a seus comprovados benefícios.